Bebês, maestros, uma dança das mãos

Autor: Bernard Golse e Gilbert Amy

Descrição

Um de nós, Gilbert Amy, é maestro e compositor, o outro, Bernard Golse, é psiquiatra infantil e psicanalista de crianças, particularmente, apaixonado pelos bebês, pelos inícios da comunicação, pela música da linguagem e das interações precoces. No âmbito de um colóquio em Cerisy em 2012, dedicado a narratividade, nós no encontramos e pudemos, assim, discutir sobre as questões dos eventuais pontos de contato entre a narratividade pré-verbal do bebê e a narratividade gestual do maestro.
O tempo passou desde então, e o percurso do pensamento foi pouco a pouco esclarecido, tanto para um como para o outro. Atualmente, nos parece que, tanto para o bebê na suas interações com seus parceiros relacionais, quanto para o maestro no seu trabalho com os músicos, coloca-se em prática um espaço de "recitação" de dupla direção, as mãos de um, bem como as mãos do outro, encontram-se no coração desta narratividade compartilhada.
Favorecendo um certo número de problemáticas fascinantes:
- Do bebê e da mãe, que impulsiona, quem traduz, quem rege?
- Da orquestra ou do maestro, quem impulsiona, quem traduz, quem rege?
- A mãe é o maestro das percepções do bebê, mas o bebê também é o maestro dos fluxos sensoriais de sua mãe;
- O trabalho do maestro com sua orquestra e as interações precoces mãe/bebê poderiam ser pensadas, como uma regência orquestral que ocorre sempre em uma via dupla?
Finalmente, como veremos, o teatro das mãos do bebê e do maestro representa a peça central de nossa reflexão, e, à medida em que procuramos compreender o trabalho da narratividade pré-verbal, nós escolhemos deixar, aqui, tanto espaços às imagens fotográficas quanto às palavras, a fim de deixar o leitor associá-las o mais livremente possível, paralelamente a nossas próprias proposições.